segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Ilusão


Que caminhos escolhi
olha tudo que eu fiz
pequei, amei, sofri...
tudo pra tentar ser feliz

Se errei foi na vontade de acertar
sei que não dá pra concertar
se falhei foi pra aprender
se vacilei foi pra crescer

Em cada ato e em cada gesto
houve a ingênua vontade
de ser como um maestro
e ter o controle nas mãos

Porém percebi que nada
por mais que tenhamos estrada
está em nosso controle
tudo é sempre uma nova jornada.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Ao acaso


















Não tem dor no peito, não tem fadiga
que esconda o tamanho dessa ferida
que se cravou em minh´alma

Só o espectro do brilho do teu olhar
é que pode mostrar por onde devo andar
nenhum passo a mais sem meu guia

Por mais que eu busque uma saída
é só nos teus braços, tua vida
que consigo encontrar a paz

E não me importa o proibido
eu quero mais que esse castigo
seja no infinito estar contigo

E quando já não mais me quiseres
eu sou mesmo dessas mulheres
que correm, rastejam atrás

Atrás de coisas boas e poucas
que me tragam um pouco mais
da vida que deixei pra trás

E eu me transformo em brinquedo
tua arma e teu segredo
que não consegues abandonar

No outro dia esqueça
pois aquela pureza
só existia em teu olhar.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010



Hoje tive uma briga feia comigo mesma. Tudo porque o lado racional se cansou do emocional e resolveu se impor. Posicionei-me em frente ao espelho, onde pude encarar minha opositora e ler os seus olhos. Ela chorava, tremia feito um bezerro desprotegido. Seus olhos inchados e vermelhos não transmitiam compaixão, e sim, pena. Eu vi aquele ser, que também era eu, e tive ódio de mim. Ou seria dela? Enfim! Tive ódio por ver minha reação tão infantil perante os percalços que me apareciam. Minha primeira reação diante de tudo era chorar, me descabelar, me entregar ao desespero e assumir uma posição de vítima, de sofrida. Como se essa posição fosse resolver todos os meus problemas. Como se a pena e compaixão das pessoas fosse meu alimento. Ah faça-me o favor! Eu cansei de chorar primeiro pra depois pensar. Se lágrimas adiantassem para alguma coisa, eu já teria resolvido todas.
Olhei-a fixamente e gritei que parasse de chorar. Não agüentava mais que ela me fizesse sentir tão mal, por ser tão sensível. Falei firmemente que a partir de agora, quem estava assumindo a posição principal do comando, era eu: o lado racional. Ela tentou voltar a chorar, mas eu a repreendi com um tapa. Ela arregalou os olhos, tentou gritar, mas eu a sufoquei com uma corda em volta do pescoço. Quando ela, e consequentemente eu também, já não conseguíamos respirar, afrouxei o laço e respirei calmamente. Ela sabia agora qual era seu devido lugar: o de coadjuvante. Finalmente havia reconquistado o meu antigo posto. Maldita hora que aqueles olhinhos marejados me fizeram ceder e deixá-la assumir minha personalidade.
Agora com a cabeça refeita e o peito mais leve, posso ser mais eu. Não que eu queira me impor plenamente, pois ser só racional, além de impossível, é maçante. Resta agora saber a dosagem certa de cada uma se manifestar, nenhuma pode se exceder ou se omitir de mais de mim. Temos que procurar um equilíbrio.
Seria agora uma terceira que está falando?
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