sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Não cicatriza



Como um cão sarnento que lambe suas feridas na esperança de que elas sarem
Eu lambo teus caminhos na esperança de que eles nunca se desvencilhem dos meus
E essa ferida é tão profunda e tão enraizada que por mais que eu cuide ela não sara

Mas a vida é mesmo assim, ela faz questão de enfiar o dedo onde mais dói
Que é pra você não esquecer em nenhum momento que está vivo
Que é frágil, passageiro e extremamente volúvel aos seus caprichos

Mas eu não reclamo, a ferida já se tornou minha principal companhia
É ela que me faz despertar quando às vezes quero mergulhar na apatia 
É ela que grita, lateja, arde pedindo por movimento e alguma alegria

E eu faço questão de escondê-la, tapá-la com uma peneira invisível
Faço pontos com linhas de pensamentos, jogo areia e sal do firmamento
Tudo isso em forma de mantra para eu não lembrar do que já havia esquecido...

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Canção para acordar






















Não, eu não quero mais ser assim
Lágrimas ditatoriais não mandam mais em mim
Eu vou pegar essa mágoa e transformar em canção
Traçar toda uma bela vida na palma da minha mão
Reabrir aquela fome de criatividade
Para sair dessa vida sem novidades
Porque eu sou inteira arte

Não, eu não vou mais ser assim
Esperando que o raio caia no mesmo jardim
Vou cortar os laços que prendem meus movimentos
Parar de dar trégua para os mesmos argumentos
Surpreender meus sonhos e agarrá-los por trás
Que é para não terem motivos para me largarem mais
Porque eu sou inteira um cais

Não, eu não sou mesmo assim
Daquele tipo tão mesquinho e ruim
Eu vou seguindo nos mesmos compassos
Para não correr o risco de perder o passo
Por fora tão centrada e polida
Por dentro uma louca possuída
Porque eu sou inteira caos sem medida

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...
 

Sample text

Sample Text

Sample text