Como um cão sarnento que lambe suas feridas na esperança de que
elas sarem
Eu lambo teus caminhos na esperança de que eles nunca se
desvencilhem dos meus
E essa ferida é tão profunda e tão enraizada que por mais que eu
cuide ela não sara
Mas a vida é mesmo assim, ela faz questão de enfiar o dedo onde
mais dói
Que é pra você não esquecer em nenhum momento que está vivo
Que é frágil, passageiro e extremamente volúvel aos seus caprichos
Mas eu não reclamo, a ferida já se tornou minha principal
companhia
É ela que me faz despertar quando às vezes quero mergulhar na
apatia
É ela que grita, lateja, arde pedindo por movimento e alguma
alegria
E
eu faço questão de escondê-la, tapá-la com uma peneira invisível
Faço
pontos com linhas de pensamentos, jogo areia e sal do firmamento
Tudo
isso em forma de mantra para eu não lembrar do que já havia esquecido...
5 Comentários:
Está...maravilhoso!
Obrigada! :)
Magnífica poesia. Parabéns, palmas e mais palmas!
Gostei muito! Tô conhecendo tua poesia, até agora meus parabéns!
Oi,
um imenso prazer conhecer a sua poesia. valeu também pela claraboia, uma delícia.
beijocas
marcelo perez
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