sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Não cicatriza



Como um cão sarnento que lambe suas feridas na esperança de que elas sarem
Eu lambo teus caminhos na esperança de que eles nunca se desvencilhem dos meus
E essa ferida é tão profunda e tão enraizada que por mais que eu cuide ela não sara

Mas a vida é mesmo assim, ela faz questão de enfiar o dedo onde mais dói
Que é pra você não esquecer em nenhum momento que está vivo
Que é frágil, passageiro e extremamente volúvel aos seus caprichos

Mas eu não reclamo, a ferida já se tornou minha principal companhia
É ela que me faz despertar quando às vezes quero mergulhar na apatia 
É ela que grita, lateja, arde pedindo por movimento e alguma alegria

E eu faço questão de escondê-la, tapá-la com uma peneira invisível
Faço pontos com linhas de pensamentos, jogo areia e sal do firmamento
Tudo isso em forma de mantra para eu não lembrar do que já havia esquecido...

5 Comentários:

Edu Lazaro disse...

Está...maravilhoso!

Atestado do Óbvio disse...

Obrigada! :)

@Daviksama disse...

Magnífica poesia. Parabéns, palmas e mais palmas!

A pitonisa disse...

Gostei muito! Tô conhecendo tua poesia, até agora meus parabéns!

marcelo perez disse...

Oi,

um imenso prazer conhecer a sua poesia. valeu também pela claraboia, uma delícia.
beijocas
marcelo perez

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