Estou escrevendo um romance
da vida que não pude fazer
da vida que passei de relance
do ócio que não pude mais ter
Dos dias sempre iguais
com cores e dores diversos
com cenas nada normais
e os atores mais perversos
Uma vida quase inventada
por alguém que não sabia nada
e procurou um caminho errante
nas barbas de um coadjuvante
Que bela história cantada
com parte da vida mutilada
que em nenhum livro se lê
e só no dia a dia se vê
As dores mais profanas
os risos de maior escárnio
nada me tira as lembranças
do que foi o meu maior estrago.