sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Ainda

Estou escrevendo um romance
da vida que não pude fazer
da vida que passei de relance
do ócio que não pude mais ter

Dos dias sempre iguais
com cores e dores diversos
com cenas nada normais
e os atores mais perversos

Uma vida quase inventada
por alguém que não sabia nada
e procurou um caminho errante
nas barbas de um coadjuvante

Que bela história cantada
com parte da vida mutilada
que em nenhum livro se lê
e só no dia a dia se vê

As dores mais profanas
os risos de maior escárnio
nada me tira as lembranças
do que foi o meu maior estrago.

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