Às vezes, colocam-me em apuros
olham-me, observam-me
como se quisessem saber
quem realmente sou
Mas escondo-me, incomodo-me
não quero que vejam minha alma
tenho medo de que possam decifrá-la
Minhas mãos...
não sei onde colocá-las
parecem não fazer parte de mim
parecem me revelar
Olho para minhas unhas
como se procurasse respostas
ou como se embaixo delas
se escondesse
alguma espécie de verdade
alguma espécie de verdade
Desvio os olhos
pois eles também podem me delatar
talvez até mais que qualquer ação
Tenho medo de ser observada
não quero que me incitem
a me transformar no que não quero ser
talvez eu já seja o que não quero
e tenha medo de ser o que sou
por isso receio que me descubram
que sou feita de aparências
presa dentro de mim
Às vezes, sou eu que me coloco em apuros
pois quero me libertar, me envolver, gritar
e só então percebo que não sou dona de mim
que sou a menor parte
entre outras que também são eu
que luto por um lugar
em um corpo que me pertence
que sinto a dor de todos
enquanto os outros alegram-se por mim
Venturas imagináveis, melancolias reais
sou eu sem saber quem sou!
1 Comentários:
O mais bonito tu fazes, transforma tudo em poesia (:
parabéns!
quanto a cerva, vamo la ?
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